Um aplicativo que auxilia no tratamento hospitalar de pacientes com distúrbios glicêmicos foi desenvolvido e está sendo testado por médicos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HC-FMUSP).

Márcia Nery, doutora em Endocrinologia pela USP, médica supervisora da disciplina de Endocrinologia e Metabologia do HC-FMUSP, conta que o controle glicêmico no período hospitalar é difícil no mundo todo e que, há cerca de dois anos, um dos médicos residentes do hospital, Alexandre Souza,  mostrou saber desenvolver aplicativos. O que foi ideal, pois ele reunia tanto o conhecimento clínico quanto o tecnológico.

Marcos Tadashi Kakitani Toyoshima, médico assistente da Unidade de Oncologia Endócrina no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, também do HC-FMUSP, destaca que o aplicativo serve a todos os médicos. A ferramenta, segundo o pesquisador, sugere condutas para o tratamento: como medir a glicemia, em quais horários, qual a dose de insulina deve ser administrada, tomando como base o perfil de cada paciente.

A doutora lembra ainda que é tradição nos hospitais medir a glicemia a cada seis horas e aplicar a insulina, um método tido como ineficaz desde a década de 1960. Neste sentido, Toyoshima complementa que o propósito do aplicativo é minimizar erros de prescrição nos hospitais.

Márcia Nery acrescenta que o recurso se destina ao tratamento no período de internação e que ele trabalha apenas com as insulinas disponíveis gratuitamente em todo o Brasil, ressaltando que o aplicativo pode ser utilizado por todos os médicos do País.