Logo após o pedido de transferência de Guilherme Azevedo dos Santos, conhecido como ‘Gibi ou Execução’, para o Presídio Federal, uma carta foi interceptada pela direção do Presídio Gameleira de segurança máxima de Campo Grande. O membro do PCC (Primeiro Comando da Capital) enviou a carta para a namorada.
O documento de quatro páginas descreve a preocupação de Guilherme em ser transferido para outro presídio fora do Estado. Em um dos trechos, ele relata ser o líder da facção e esse seria o trabalho dele. Guilherme fala que está isolado em uma cela. Ele também fala para a namorada sobre determinação judicial que iria definir sua transferência para Mossoró, Catanduvas, Porto Velho ou ainda Brasília.
Em um trecho da carta, o integrante do PCC diz: "Falam umas ideia na rua.. estão represária no sentido do secretário de segurança do estado [sic] [...] raiva de promotor de justiça, raiva de justiça e da polícia. Se puder, vou ceifar todos como fiz com o Junior".
O presidiário também confessou, no texto da carta, um homicídio cometido há 7 anos. Ele cita apenas o nome da vítima, que seria Junior. Em outro trecho da carta, Guilherme relata que o pedido de transferência feito pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado) foi aceito pelo Ministério Público.
Relatório da Polícia Civil classifica que o manuscrito possui trechos terroristas, atentatórios à estabilidade das instituições constituídas, fazendo referência hostil ao Dracco, Sejusp, Ministério Público, Poder Judiciário e polícias em geral, motivados pelo inconformismo com a notícia do requerimento de sua remoção para presídio federal.
O documento será encaminhado à perícia da Polícia Civil para providências, diante de ameaças a delegacias do Estado.
No dia 20 de junho, Guilherme foi denunciado pelo MPMS (Ministério Público Estadual) por integrar a organização criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Ele foi flagrado com um bilhete no dia 31 de maio, no Presídio de Regime Fechado da Gameleira I — de segurança máxima — com instruções para criar explosivos e informações de atentados contra forças policiais.
O relatório do inquérito policial, do Dracco é finalizado com pedido de inclusão do acusado no Sistema Penitenciário Federal. O pedido também se estende aos outros presos que compartilhavam a cela com Guilherme.